11 de maio de 2014

ARROZ DE PATO






A gastronomia portuguesa é de uma riqueza incomparável.
Gosto muito de testar gastronomias de outros países e há algumas que me prendem de facto, mas a portuguesa sempre terá o lugar de topo na minha escolha ou não seja eu nativa, ou não esteja ela (a nossa gastronomia) cotada nos primeiros lugares quando existem concursos internacionais ! :)

Um dos pratos mais deliciosos é o inigualável Arroz de Pato que transborda sabor e nos deixa completamente rendidos.
Claro que é necessário gostar da carne de pato, mas garanto-vos que este prato tão luso é esplendoroso e faz brilhar quem o apresente.











Ingredientes:


  • 0,5 chouriço de carne
  • 500 gr. de carne de pato desfiado
  • 750 gr. de arroz Orivárzea
  • 2 cebolas picadas
  • 4 dentes de alho picados
  • 2 folhas de louro
  • 2 cenouras
  • 0,5 dl de azeite
  • alecrim
  • sal
  • rodelas de laranja







Preparação:

Arranje o pato e corte-o em quartos.
Cozer o pato juntamente com o bacon, o chouriço, 1 cebola cortada em quartos, as cenouras inteiras e o chouriço na panela de pressão.
Depois de cozido, retire o chouriço e as cenouras e reseve-os.
Reserve também a água da cozedura para utilizar posteriormente no arroz. Não se esqueça de a coar.
Depois de bem cozido, desossa-se o pato e desfia-se.

Num tacho refogue a outra cebola e os alhos no azeite, até a cebola começar a ficar douradinha.
Junte as folhas de louro e o arroz, mexa e deixe-o fritar bem.

Passe o preparado anterior para uma caçoila de barro (opcional), junte-lhe cerca de 1 litro da água da cozedura do pato, junte também o pato desfiado, tempere com sal e pimenta e leve ao forno a cozer cerca de 15/20 minutos. 
Cerca de 5 minutos antes, coloque o chouriço às rodelas e as cenouras (não coloquei) por cima do arroz e deixe dourar.  

Acompanhe com rodelas de laranja e uma generosa salada.








Bom Apetite !!






Espreitem o Pudim de Pãezinhos com Chocolate, receita da Nigella Lawson que fiz no Blog do Chocolate ! :)






1 de maio de 2014

PÃO COM TOMATE SECO E COLORAU - "Dia Um... Na Cozinha"






Perde-se no tempo a origem do pão, alimento simples e muito nutritivo, um dos mais antigos alimentos da História gastronómica e que constitui ainda hoje a base alimentar de inúmeras populações.

Na origem, feito de farinha de trigo ou de bolotas e água e era seco ao sol - seriam os egípcios os primeiros a adoptar fornos de barro para o cozer, bem como a incorporar levedura na massa para a tornar mais leve, macia e saborosa.

A chegada do pão à Europa deu-se por influência dos Gregos, embora as primeiras padarias tenham surgido com os romanos dois séculos a.c. (antes de Cristo), aproximadamente.
Mas é com os franceses, no século XVII e com os austríacos, mais tarde, que se verificam as grandes inovações na indústria da panificação.
Hoje em dia, o pão está disponível num vasto leque de opções, para todos os gostos e necessidades alimentares.
É o caso, por exemplo, do pão meio sal, procurado especialmente por pessoas com hipertensão.
E, só entre nós, basta pensar nos pães regionais que se confeccionam em todo o país, como a broa de Avintes, o pão alentejano, o pão de Mafra, os de água ou a regueifa, não esquecendo os de inspiração francesa como a baguete, pães de noz, passas ou sementes.




O tema da 12ª edição do "Dia Um... Na Cozinha" é o Pão ! 

Já fiz vários pães que estão aqui no blogue, cada um delicioso à sua maneira e a eles se junta este Pão com Tomate Seco e Colorau que é muito aromático e pleno de sabores muito intensos !

Eu diria que é um Pão cheio de personalidade e que se impõe pela sua textura densa e pelo seu sabor, ambos fantásticos !
  





Ingredientes:


  • 275 mililitros de água
  • 2 colheres de sopa de azeite (usei o da conserva dos tomates secos
  • 1 olher de chá de sal
  • 3/4 de colher de chá de colorau
  • 1 malagueta sem sementes e finamente picada
  • 150 gr. de farinha de trigo
  • 150 gr. de farinha integral
  • 150 gr. de farinha de centeio integral
  • 1 colher de chá de açúcar
  • 1 + 1/4 de colher de chá de fermento biológico seco
  • 50 gr. de tomates secos, escorridos e grosseiramente picados





Preparação na MFP:


Tire a cuba da máquina e encaixe a pá misturadora.
Ponha os ingredientes na cuba, segundo a ordem indicada, excepto os tomates secos.
Encaixe a cuba na máquina e feche a tampa.
Programe o tamanho do pão para 750 gr. e escolha o programa "normal".
Escolha a cor da côdea que prefere.
Junte os tomates secos quando se ouvir o sinal sonoro.
Quando o programa terminar, tire a cuba da máquina e vire-a para soltar o pão.
Ponha-o sobre uma rede para arrefecer.
Nota: no meu caso escolhi apenas o programa massa e no final desse ciclo (1H30) retirei a massa para uma superficie enfarinhada, dei-lhe umas voltas para retirar o ar após a levedação e tendi-o em redondo. Fiz-lhe uma cruz no topo e levei ao forno a cozer em tacho de barro tapado durante cerca de 40/45 minutos a 200º C.




Preparação Tradicional:


Coloque as farinhas, o sal, o colorau, a malagueta e o açúcar numa tigela espaçosa.
Misture bem os ingredientes, abra um buraco no meio e deite um pouco da água, o azeite e o fermento.
Mexa com uma colher de pau ou com a sua mão.
Misture a farinha de fora para dentro até conseguir uma massa pegajosa.
Vá juntando o resto da água e continue sempre a mexer.
Amasse até a massa ter uma consistência elástica: vá enrolando, dobrando e puxando a massa.
Polvilhe a superfície da massa com farinha, tape-a com um pano limpo ou com um saco de plástico (ou película aderente), coloque-a dentro do microondas ou do forno desligado e deixe-a levedar.
Quando tiver crescido (dobrado de volume), junte-lhe os bocadinhos de tomate seco e tenda-a ou coloque-a numa forma a seu gosto (costumo cozer o pão em tacho de barro com tampa; se não tiver tampa tape-o com papel de aluminio para evitar que queime a superficie) e leve ao forno cerca de 40/45 minutos a 200º C (este tempo é referencial, depende do forno de cada pessoa).







Deixo-vos em excelente companhia porque vos deixo com Pão e, como curiosidade, com alguns provérbios que envolvem o pão:


"Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão"

"Nem mesa sem pão, nem exército sem capitão"

"Pão quente, nem a são nem a doente"

"O pão, pela côr; o vinho, pelo sabor"

"Lavra pelo São João se queres ter pão"

"Ano de nevão, ano de pão"

"Pão mexido é pão crescido"











Fonte: receita ligeiramente adaptada do livro "200 receitas de pão" de Joanna Farrow




20 de abril de 2014

FOLAR DE MAÇÃ








Começo esta publicação por agradecer os comentários carinhosos, sugestões e idéias que me deixaram na publicação anterior, a dos Pastéis de Nata
Muito obrigada, é mesmo reconfortante saber que estão por perto ! :)

Nesta Páscoa o tempo não está a ser generoso para com as pessoas do Norte!
O céu tem-se mantido cinzento, tem chuviscado e a temperatura não está de feição para usar as habituais sandálias ou a roupa mais levezinha, que já costumo usar no mês de Abril...
Oh Primavera... por onde andas tu ?

Sim, eu sei, "Abril, águas mil", mas se assim é e se os ditados populares ainda se concretizassem, então: "Carnaval ao borralheiro, Páscoa ao soalheiro" já que no Carnaval a chuva fez das suas...
Como ficamos então, S. Pedro?
Acho que este ano de 2014 teremos apenas 2 meses de intenso calor e o resto do tempo teremos chuva e tempo cinzentão. :(





Na nossa família nunca houve muito a tradição pascoal, não ligamos quase nada a esta época, tal como não ligamos a outras, porque entendemos que todo o ano é tempo de se estar com a família e fazer coisas boas !
Seja como for, respeitamos obviamente as tradições e eu não quis deixar de assinalar este dia de Páscoa (já que também o faço noutros Domingos), à semelhança do que fiz no ano passado em que confeccionei um delicioso Pão de Ló (receita da mãe).

Desta vez, "sentada" no colinho da Mãe segui uma receita que não é dela !
A receita deste folar veio da revista de culinária da Sidul, um Folar de Maçã que me deixou literalmente com os sentidos todos para ele direccionados tão logo o vi.

Assim sendo, desejo um feliz Domingo de Páscoa a todos sugiro que experimentem este fantástico Folar de Maçã !  






Ingredientes:


MASSA:

  • 600 gr. de farinha
  • 175 gr.de margarina liquida
  • 3 ovos
  • 1,5 decilitros de leite morno
  • 1 saqueta de fermento granulado seco
  • sal q.b.
  • azeite q.b.

RECHEIO:
  • margarina liquida q.b.
  • 150 gr. de açúcar amarelo
  • 100 gr. de amêndoa palitada
  • 3 maçãs cortadas em cubinhos





Preparação:


MASSA:

Numa tigela, dissolva o fermento no leite morno.
Junte a margarina, os ovos, a farinha, a pitada de açúcar e de sal e amasse até ficar uma massa homogénea.
A massa vai ficar pastosa e muito peganhenta, mas é assim mesmo.
Depois coloque a massa numa tigela, cubra-a a com um pano, coloque-a num local não ventilado e deixe-a levedar até que dobre de volume (pode demorar de 1H30 a 2H00, dependendo do local onde a coloque e da temperatura ambiente).

Ligue o forno a 200º C.
Unte uma forma de buraco com margarina e polvilhe-a com farinha.

Depois de levedada, amasse-a um pouco mais para lhe tirar o ar e estenda-a em forma de rectângulo.
Barre-a agora com os ingredientes do recheio: pincele-a com a margarina, polvilhe-a com o açúcar amarelo, coloque as maçãs aos quadradinhos e depois a amêndoa palitada.
Enrole-a como uma torta e depois corte-a em fatias (até preencher a sua forma) e disponha-as na forma.

Leve a cozer entre 45 e 50 minutos e deixe-a corar um pouco.

Retire, desenforme, coloque em cima de um prato, deixe amornar e sirva.







Bom Apetite e Boa Páscoa ! :)






1 de abril de 2014

PASTÉIS DE NATA - "Dia Um... Na Cozinha"







Aviso à Navegação:  publicação muito longa !!!  :)



Quem me conhece e acompanha sabe da minha inequívoca paixão pelo Chocolate, o que me levou a criar há 2 anos atrás um Blog dedicado ao Rei ! 
O que nem toda a gente sabe é que existe um bolo que com ele compete a par passo, em todos os minutos da minha vida, pela minha escolha e preferência...

Quem ganha e recebe a medalha de "o grande eleito" ?
Bem... o Chocolate de facto está sempre no pedestal quando se trata de escolher !
Mas devo dizer que 99% de mim vacila na hora da "sentença final"...

Esta publicação acaba de trair o meu grande segredo :)




Os DELICIOSOS Pastéis de Belém são de facto uma das minhas maiores perdições no que toca a bolos tradicionais, embora eu adore outros... doces conventuais então nem se fala... perco-me por alguns deles...

Mas os Pastéis de Belém (digam o que disserem a respeito deles), eu aprendi a venerar desde a minha infância quando o Pai nos levava ao Domingo à Antiga Confeitaria de Belém, (que existe desde 1837) para os comer com açúcar em pó e canela !

Os Pastéis de Belém não são iguais aos Pastéis de Nata, pois a sua receita está religiosamente guardada a 7 chaves no segredo dos Deuses desde sempre !
Os Pastéis de Nata e os Pastéis de Belém são bolos de facto inigualáveis em sabor e, contrariamente ao que muitas pessoas pensam, não levam natas na sua confecção ! 

Nesta 11 ª edição do "Dia Um... Na Cozinha", o tema escolhido foi "Doçaria Regional" e, se por um lado o tema me agrada a 100 %, passa-se que também me deixou ansiosa e pouco à vontade !
 



É que eu adoro doces regionais, mas nunca tinha feito nenhum em especial.
Quando o tema foi escolhido, eu ainda vacilei entre um ou outro, mas no meu intimo eu sabia que a escolha iria recair sobre a réplica da minha perdição: os Pastéis de Nata
Até aí tudo bem ! :)
O problema é que nunca eu tinha feito massa folhada caseira, embora ande há muito tempo para experimentar fazer e este desafio era o motivo perfeito para eu tentar confeccioná-la de raíz !

Não digo que sempre passe a fazê-la, pois se o processo não é difícil, a verdade é que é trabalhoso e moroso pelos tempos de espera entre as dobras da massa !
 
Fiz duas vezes e não ficou como eu pensei que pudesse ficar.
Algo não correu bem e penso ter sido o tipo de margarina/manteiga que usei.
Recomendam margarina para folhados na maior parte das receitas, mas nunca a encontrei nas grandes superfícies e além do mais li algumas pessoas dizerem que tinham feito com a normal e tinha resultado.



 

Na primeira vez usei margarina, mas a massa não folheou como as que se vêem por aí.
Na segunda vez usei manteiga sem sal, também não folheou como eu tinha esperança que folheasse.

Dei-lhe todas as voltas devidas, tal como poderão ver no passo-a-passo que apresento, a massa está muito saborosa de facto, mas não está folheada como a de compra ! :( :(

Confesso que fiquei desiludida, tanto trabalho e....






Um pouco da história dos Pastéis de Belém...

"Um aroma a canela espraia-se pela zona e a cem metros de distância já se sente a aproximação a um dos locais “sagrados” da doçaria mundial: resistindo à industrialização, à venda ou ao "franchising", os Pastéis de Belém continuam a ser um dos melhores embaixadores de Lisboa. Todos caem na doce tentação.
Na zona de Belém, ponto turístico obrigatório de Lisboa, há uma pastelaria muito especial, cuja fama corre mundo: “a única e verdadeira fábrica dos Pastéis de Belém”. Durante todo o dia, todos os dias do ano, cerca de dez mil pastéis, artesanais, totalmente feitos à mão, saem dali fresquinhos, prontos a comer.

Reza a lenda que, tal como em relação a quase toda a outra doçaria tradicional portuguesa, a origem dos Pastéis de Belém terá sido uma receita conventual do vizinho Mosteiro dos Jerónimos. Com a revolução Liberal, em 1820, as ordens religiosas foram extintas em Portugal, e os seus conventos nacionalizados. Os trabalhadores laicos que lá viviam, entre eles os pasteleiros, foram arranjando emprego cá fora. Parece que o doceiro dos Jerónimos, detentor da preciosa receita, foi trabalhar para uma refinaria de açúcar das proximidades, e dentro de pouco tempo os “verdadeiros Pastéis de Belém” eram vendidos ao público.

O êxito foi imediato entre os alfacinhas (habitantes de Lisboa), que corriam a comprar o novo doce. 
Depois, foi a notoriedade nacional. 
Com o aparecimento do turismo de massas, em meados do século passado, a fama dos Pastéis de Belém tem corrido mundo, de Nova Iorque ao Japão.
Não admira que, com este êxito, muitos tenham tentado, em Portugal e no estrangeiro, imitar o produto. Mas, até agora, sem resultados. 
O primeiro doceiro, o tal que veio do Mosteiro dos Jerónimos, trabalhava de madrugada, em segredo, fechado num quarto, onde não deixava ninguém entrar, enquanto misturava os ingredientes na proporção certa, tal como lhe tinha ensinado o frade inventor da receita.
Acautelando imitações, o dono da pastelaria registou mais tarde a patente da receia, e o segredo tem sido bem guardado até hoje.

Actualmente, apenas três pessoas estão a par da receita mágica – um pasteleiro que trabalha na casa há meio século, e dois ajudantes, da sua total confiança, que também ali estão há décadas. Eles tiveram que fazer um juramento e assinar um termo de responsabilidade em como não podiam ensinar o segredo.
Actualmente, é fabricada uma média de 10 mil pastéis diários. Segundo os pasteleiros da casa, o que distingue os Pastéis de Belém dos pastéis de nata normais que se vendem em outros estabelecimentos é, além da receita com as proporções certas, o investimento no trabalho manual e os ingredientes de primeira qualidade – farinha, açúcar, leite e ovos.

O processo de fabrico continua a ter o seu lado artesanal. A massa é moldada nas formas à mão por um grupo de mulheres, que poderiam ser substituídas por uma máquina se não fosse a preocupação com o método artesanal que faz parte da filosofia da casa."

Fonte: http://www.visitlisboa.com/DocesTradicionais.aspx






Seja como for deixo-vos com os meus Pastéis de Nata, os que me foram possíveis e gostaria muito de vos ler e saber das vossas sugestões a respeito da massa folhada.

Já alguma vez fizeram ?
Como fizeram para que corresse bem ?


Ingredientes:


MASSA:


  • 250 gr. de farinha de trigo sem fermento
  • 50/60 ml de água gelada
  • 200 gr. de manteiga sem sal
  • 1 colher de chá de sal
  • farinha para polvilhar


RECHEIO:


  • 30 gr. de farinha de trigo sem fermento
  • 250 ml de leite
  • 250 gr. de açúcar
  • 100 ml de água
  • 3 gemas de ovos
  • 1 casca de limão
  • 1 pau de canela






Preparação:


RECHEIO:

Desfazer as 30 gr. de farinha com um pouco do leite num tachinho, de modo a não criar grumos.
Ferver o resto do leite com o pau de canela e a casca de limão.
Deitar o leite fervido, em fio mexendo sempre, sobre a farinha dissolvida e levar este preparado a ferver em lume moderado, sempre mexendo com uma vara de arames para não pegar ao fundo.
Quando levantar fervura tirar do lume.
Misturar o açúcar com a água, levar ao lume, deixar ferver por 3 minutos exactos (a partir do momento em que começar a ferver) e tirar do lume.
Misturar a água fervida (deixar cair em fio) com o preparado de leite e farinha, mexendo bem.
Reserve.
(As gemas só entram quando tudo estiver pronto para ir ao forno)



MASSA:


1 - Deite a farinha numa superfície limpa e seca e faça um círculo no no meio onde irá colocar a manteiga cortada em cubos pequenos.
Reserve a água bem perto para começar a adicioná-la à medida que a massa for ganhando forma... 

2 - Com as pontas dos dedos (ou um garfo) vá misturando a manteiga com a farinha.
Comece a adicionar a água quando a massa ficar com uma aparência meio seca e em pedaços. 

3 - Poderá não precisar de adicionar toda a água indicada, apenas metade, para obter uma massa com a textura pretendida. Forme uma bola, enrole em película aderente e leve ao frigorífico por 20 a 30 min. 


4 - Retire a massa do frigorífico e abra-a com o rolo sobre uma superfície levemente enfarinhada. 

Quando necessário vá polvilhando a massa e o rolo com farinha, aos poucos, mas não exagerar na adição de farinha. Forme um rectângulo com cerca de 20x40cm.

5 e 6 -  Dobre o rectângulo de massa em três: a parte de cima até ao meio e a parte de baixo para cima da primeira, formando uma dobra de carta.

7 - Vire a massa dobrada de modo a que ela fique perpendicular a si e abra-a mais uma vez até formar um novo rectângulo igual ao primeiro. Repita a dobra em carta (passos 5 e 6), marque a massa com os dedos para deixar claro que já a dobrou duas vezes e enrole-a em película aderente para ir ao frigorífico por mais 20 a 30 min.










9 - Abra a massa mais uma vez até formar outro rectângulo que agora já será maior. 
Dobre e vire pela terceira vez e abra mais uma vez outro rectângulo do mesmo tamanho do último. 
Dobre a massa mais uma vez - esta é a quarta e, eventualmente, a última dobra.
Enrole a massa dobrada na película, marque quatro com os dedos e leve ao frigorífico por mais 40 minutos.

10 e 11 - Se preferir, pode fazer 6 dobras em vez de apenas 4, basta seguir os passos anteriores para dobrar e levá-la ao frigorífico por mais 30/40 minutos. (eu fiz as 6 dobras)

Para garantir que a massa folhe por igual é essencial que vá ao frigorífico entre cada 2 dobras, e que seja riscada antes de ir ao forno (fazer uns cortes com uma faca na superfície da massa).

12 e 13 - Volte a abrir a massa em rectângulo e enrole-a num rolo comprido.

 
14 - Se não usar toda a massa imediatamente, corte-a e congele-a separadamente. O que fiz foi esticar a massa que sobrou, colocá-la em cima de papel vegetal e enrolar a massa com o papel vegetal.
Pode congelar-se assim a massa e quando for preciso, e enquanto o forno aquece, colocamos a massa a descongelar, desenrola-se e usa-se a gosto. 

A massa já feita e enrolada pode ficar no congelador por até 4 meses e no frigorífico por 5 dias.






15 - Com o rolo que fez (figura nº 13), corte-o em rodelas de cerca de 1,5cm de espessura.


16 e 17 - Colocar essas rodelas dentro das formas e com os polegares começar a pressionar o centro da massa, andando sempre à volta obrigando-a a esticar e a estender-se por igual até aos bordos (o bordo de cima deve ficar mais grosso uma vez que é aí essencialmente que a massa vai folhear). Assim, no fundo e lados a massa fica mais fina e nos bordos superiores mais grossa. 
A massa deve subir um pouco acima dos bordos das formas.

18 - Colocar as formas num tabuleiro.

Nesta altura misture as 3 gemas de ovo ao creme, mexa e passe esse preparado por uma rede.
Encha as formas com o creme a cerca de 3/4 da profundidade das formas.






19 - Levar ao forno (pré-aquecido durante uns 20 minutos) muito quente (cerca de 250º C) somente uns 15 minutos até ficarem douradinhos.







Bom Apetite ! 













Fontes:  Teleculinária nº 65 - Fevereiro de 1978
http://nosoup-foryou.blogspot.pt/2009/09/massa-folhada-caseira.html









27 de março de 2014

BOLO DE LEITE CONDENSADO COM MIRTILOS E FRAMBOESAS





Uma receita sem grandes complicações... :)

Tinha comprado umas framboesas e uns mirtilos para confeccionar uma outra sobremesa que não esta...
Entretanto o tempo foi passando e a fruta foi ficando esquecida até ao dia em que não havia mais hipótese de espera.
Ou as utilizava ou perder-se-iam para sempre !
Estas frutas têm um preço muito pouco convidativo para que nos possamos dar ao luxo de as desperdiçar, além do que sou totalmente contra desperdícios.
Assim, ocorreu-me adaptar uma receita bem simples de uma revista que tinha marcada e inserir nela os frutos frescos que iriam conferir cor e frescura ao bolo.

Resultou muito bem, pois o bolinho ficou delicioso e pintalgado para abraçar a Primavera como ela merece, embora ande envergonhada aqui para estes lados ! :)








Ingredientes:


  • 1 lata de leite condensado
  • 0,5 decilitros de azeite
  • 4 ovos 
  • 220 gr. de farinha (Branca de Neve)
  • 50 gr. de farinha custard
  • 1 colher de sobremesa de fermento em pó
  • 125 gr. de mirtilos (frescos ou congelados)
  • 125gr. de framboesas (frescas ou congeladas)
  • margarina para untar
  • farinha para polvilhar 




Preparação:


Ligue o forno a 180º C.
Unte uma forma com margarina e polvilhe-a com farinha.

Peneire as farinhas junto com o fermento.
Numa tigela junte o leite condensado, o azeite e os ovos e bata bem.
Adicione depois a mistura de farinha/fermento e envolva.
Disponha os mirtilos e as framboesas pela massa.

Leve ao forno cerca de 40 minutos e depois de cozido (faça o teste do palito) desenforme o bolo.





Bom Apetite e Bom Fim de Semana ! :)









Fonte: "Teleculinária Gold - Nº 85"







17 de março de 2014

ARROZ DE GRELOS






Comer arroz com grelos é, talvez, a forma como mais gosto de o degustar (o arroz) !

Adoro o travo amargo que os grelos conferem ao arroz e ao caldo (faço sempre este arroz malandrinho, quase tipo sopa como costumo dizer e, imaginem só, até molho sopas de pão nele) !!  :)

Quando visitei a Mãe, por alturas do Carnaval, uns grelos de nabo metiam-se comigo perigosamente na horta que ela tem à frente da casa... (foi perigoso para eles, claro) !
Não pensei duas vezes e da horta, aqueles grelos viçosos e verdinhos saltaram para o tacho onde foram cozinhados com arroz, além de outras refeições que fizemos com eles ! 

Esta forma como faço o Arroz de Grelos é uma das possíveis, pois há quem não coza os grelos em primeiro lugar e os coloque logo no refogado, outras pessoas colocam-nos quando juntam a água ao arroz...

Também já os cozinhei dessa forma, mas hoje em dia prefiro cozê-los primeiro pois entendo que desta forma, todo o sabor dos mesmos passa para a água que depois envolverá o arroz num "abraço" delicioso, de travo ligeiramente amargo que me provoca arrepios de prazer...

Não são necessários acrescentos de nenhuma ordem além do que refiro (temperos, especiarias, etc,), embora obviamente cada um faça como entender. 
Nos dias de hoje, adaptar receitas antigas tem sido uma constante, mas eu entendo que algumas não devem perder a essência dos parcos elementos com que eram feitas, ou não mais reconhecerei o Sabor de outros tempos.

Desta forma como o arroz de grelos há muitas décadas...
Desta forma o aprendi a fazer com a Mãe, no seu Saber descomplicado...
Assim o farei sempre, pois é este o Sabor genuíno que me leva de volta à infância e à adolescência em que ainda tinha todos os membros da família à mesa.

Já sabem... há um prato a mais na mesa que ficou por comer...
É que para a Filipa, "verdes" no prato... nem vê-los ! :(
Continua esquisita a moça, haverá idade em que deixará de o Ser ? ;)



Ingredientes:


  • 1 chávena e meia (de chá) de arroz carolino Bom Sucesso
  • 3 chávenas de água da cozedura dos grelos (mais alguma caso seja necessário)
  • 1 molho de grelos (pequeno)
  • 1 cebola picada
  • 1 dente de alho picado
  • 1 folha de louro
  • sal q.b.
  • azeite q.b.




Preparação:


Arranje os grelos dando um pequeno corte a meio nos talos que forem mais grossos. Coza-os em água e sal.
Reserve-os depois de cozidos juntamente com a água.

Faça um refogado com o azeite, o louro, a cebola e o alho picados.
Deixe estalar a cebola e passado alguns minutos junte ao refogado a água de cozer os grelos (decida se quer um arroz mais seco ou caldoso como o meu ficou).
Deixe ferver e coloque o arroz.

A meio da cozedura junte os grelos já cozidos e rectifique os temperos.
Passado uns minutos (dependendo do arroz que utilizar, a cozedura durará cerca de 10/15 minutos) prove uns grãos de arroz e se estiver cozido sirva de imediato.


Bom Apetite !










E vocês?
Como fazem o vosso Arroz de Grelos ?









5 de março de 2014

QUADRADOS DE ABACAXI E COCO







O fim de semana já vai longe !
Foi tempo de divertimento e folia embora o tempo não tivesse sido aliado das usuais brincadeiras de Carnaval, tendo mesmo alguns dos desfiles sido cancelados.

Como vem sendo hábito, voo sempre para o colo da Mãe em alturas em que a escola faz uma pausa e nos liberta a filhota para outras actividades.
E foi na casa da Mãe, no seu belo fogão a lenha que este bolinho foi confeccionado !

A Filipa não gosta de coco, pelo que aqui evito fazer sobremesas com ele embora eu e o marido adoremos.
Como também a Mãe gosta, aproveitei para fazer como forma de a mimar a ela e também a nós ! :)

Um bolo que fica não demasiado seco devido à humidade que o abacaxi lhe conferiu, mas que é perfeito enquanto aquecemos a Alma com uma chávena de café bem quentinha, feita à moda da avozinha ! :)






Ingredientes:


  • 100 gr. de manteiga
  • 250 gr. de açúcar
  • 8 ovos
  • 6 rodelas de abacaxi em calda
  • 1 decilitro da calda do abacaxi
  • 4 colheres de sopa de licor de coco (opcional)
  • 340 gr. de farinha
  • 1 colher de chá de fermento em pó
  • 100 gr. de coco ralado








Preparação:

Ligue o forno a 180º C.
Unte um tabuleiro rectangular com margarina e polvilhe-o de farinha.

Numa tigela, bata a manteiga com o açúcar e com as gemas até obter uma mistura cremosa.
Triture as rodelas de ananás num liquidificador ou numa picadora, deite numa tigela e junte 1 decilitro da própria calda e o licor de coco (opcional - não usei).

Misture bem e adicione à tigela que tem o preparado da manteiga e bata mais um pouco.
Junte então a farinha, o fermento e o coco ralado e volte a bater.
Bata as claras em castelo bem firme e envolva-as no preparado anterior.

Verta a massa no tabuleiro e leve ao forno durante cerca de 30 minutos.
Verifique a cozedura com um palito, retire e deixe arrefecer.





E nunca me faltou companhia enquanto as paparocas eram feitas !
O Rubi (da Mãe) esteve sempre por perto...











Fonte:  "Teleculinária Gold - Janeiro 2014 - Bolos Caseiros"