"Que bem que se está no campo"...
Decerto que esta frase é familiar a alguns de vós, que me leem por aqui...
À medida que o Tempo vai passando e costurando todas as situações que vivemos ao longo da Vida, a verdade é que cada vez mais a vida no campo me traz muita curiosidade e simpatia...
Urbana eu...
Sempre fui !
Nunca vivi noutro lado que não nas cidades cheias de azáfama, de luzes, de barulho, de stress, de gentes apressadas que tampouco se dariam ao trabalho de notar se calcei um sapato diferente do outro, ou se nem tempo eu tive para colocar a maquilhagem antes de sair de casa !
Nunca me incomodou essa indiferença das gentes que vivem à pressa...
E sempre me dei muito bem com isso, nunca sequer se colocou na minha mente a possibilidade de viver noutro local que não numa cidade, onde tudo o que eu necessito me rodeia, onde quase nem carro preciso para fazer o que seja, já que tudo está ao alcance de umas valentes caminhadas ou de uns transportes públicos que se assemelham muitas vezes a enlatados com pessoas lá metidas dentro à pressão...
E sempre me dei muito bem com isso, nunca sequer se colocou na minha mente a possibilidade de viver noutro local que não numa cidade, onde tudo o que eu necessito me rodeia, onde quase nem carro preciso para fazer o que seja, já que tudo está ao alcance de umas valentes caminhadas ou de uns transportes públicos que se assemelham muitas vezes a enlatados com pessoas lá metidas dentro à pressão...
Pais, Avós... todos vêm do campo...
É certo que trabalharam nas cidades grandes, mas as origens radicam-se em locais quase despovoados, cheios de uma tranquilidade que "fere" os ouvidos e inunda o espírito...
E, sempre que visito de novo esses locais, hoje já muito mais desenvolvidos do que outrora, quando eu fazia casinhas e estradas com lama e brincava à beira dos riachos com as minhas bonecas a quem eu costurava orgulhosamente vestidos de gala (não sei costurar, nem sei que dom era esse que eu teria naquela época...), a saudade das borboletas e das rãs que eu apanhava na beira dos riachos bate-me à porta inesperadamente.
Começo-me a imaginar naqueles locais tão apaziguadores, as recordações sucedem-se umas atrás de outras, as saudades de um Tempo que não vai mais voltar mas que me trouxe as mais belas vivências... o sabor do antigamente, as melodias do silêncio nos campos apenas entrecortado pelo esvoaçar de uma ave mais irrequieta...
Urbana eu...
Sempre fui !
Não sei até quando o serei...
Não sei até quando o serei...
Isabel